A Igreja sempre nos ensinou que a vocação sacerdotal é um dom de Deus. O chamado ao ministério ordenado é um convite divino para servir ao Povo de Deus e colaborar na missão salvífica da Igreja. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que "ninguém tem o direito de receber o sacramento da Ordem. Com efeito, ninguém se arroga por si mesmo este ofício. É necessário ser chamado por Deus" (CIC, 1578). Essa vocação se manifesta através do discernimento e da formação, na qual os candidatos ao sacerdócio passam por diversas etapas, incluindo a recepção dos ministérios de Leitor e Acólito.
Os ministérios instituídos do Leitorado e do Acolitado são concedidos aos seminaristas durante sua formação teológica. O Papa São Paulo VI, por meio da Carta Apostólica Ministeria Quaedam (1972), reformulou a estrutura dos ministérios laicais, tornando o Leitorado e o Acolitado ministérios estáveis e acessíveis a leigos, ainda que geralmente conferidos àqueles em preparação para o sacerdócio. O Código de Direito Canônico reitera essa função, destacando que esses ministérios preparam o seminarista para o serviço litúrgico e pastoral na Igreja.
O ministério de Leitor é conferido àqueles que são chamados a proclamar a Palavra de Deus na liturgia, fortalecendo sua relação com a Sagrada Escritura. Como nos recorda a Constituição Dogmática Dei Verbum (n. 25), "todos os fiéis são convidados a aproximar-se com frequência das Escrituras para que conheçam cada vez mais a insondável riqueza de Cristo".
Já o ministério de Acólito está intimamente ligado ao serviço do altar e à Eucaristia. O acólito é chamado a auxiliar o sacerdote e o diácono no altar, podendo também distribuir a comunhão aos fiéis na ausência de ministros ordenados, conforme indicado pela Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 155).
No último dia 17 de março, Dom Antônio Marcos, bispo auxiliar da Arquidiocese, conferiu o ministério de Acólito aos seminaristas Arthur Reis e Lucas Téu e o ministério de Leitor aos seminaristas Alisson Gabriel, Luigi Souza, Bruno Lucas e Lucas Gabriel. A Santa Missa, que contou com a participação de um grande número de sacerdotes, diáconos, seminaristas, familiares e amigos, daqueles que receberam os ministérios, foi realizada no Seminário Maior Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima. Durante sua homilia, Dom Antônio Marcos enfatizou que "os ministérios da Igreja nos ensinam o quão bom é servir". Essa mensagem aquece nosso coração, pois insere-nos na essência da vocação cristã, que é o serviço humilde e generoso a Deus e a Igreja.
A concessão desses ministérios é um passo explêndido para a formação presbiteral. São João Paulo II, na Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis (n. 25), sublinha que "a vida espiritual do presbítero deve ser marcada pelo serviço e pela oblação de si mesmo", valores que já começam a ser cultivados nos seminaristas desde os primeiros anos de formação. Os ministérios de Leitor e Acólito são, portanto, como bem retrata um de nossos padres formadores, expressões concretas desse compromisso com Cristo e com a Igreja.
Dessa forma, a Igreja, em sua sabedoria e tradição, mantém viva a importância desses ministérios, preparando os futuros sacerdotes para um ministério fecundo e fiel. O exemplo dos seminaristas que receberam esses ministérios é um testemunho da continuidade do chamado de Cristo, que continua a suscitar vocações no seio de sua Igreja. Que esses jovens, sustentados pela oração e pela graça divina, perseverem no caminho do serviço e da entrega total a Deus e ao próximo.
Autor: Sem. Marcos Vinícius Castro, 1° Teologia, diocese de Formosa -Go.